* Por
Juvenal Marques Ferreira Filho
Não
nos cansamos de reportar que o servidor público não enriquece servindo a
sociedade. Quando se aposenta, vive exclusivamente dos proventos retribuitórios,
decorrentes de todas as contribuições ao longo dos anos.
A quem
interessa uma previdência social mínima?
Evidente
que as maiores beneficiárias serão as instituições financeiras atuantes no
setor de previdência privada, pois, uma retribuição baixa para o trabalhador,
mormente o público, forçará a busca de contratação de planos de previdência
capitalizada.
Nos
países chamados ricos, como os EUA, esse sistema até que funciona bem, em razão
de pujança da economia e do imenso capital circulante no mercado de trabalho, o
que permite salários com valores bem superiores aos pagos no Brasil.
O
salário mínimo nacional, no entanto, não supre se quer, as necessidades
previstas constitucionalmente.
Os
salários da grande maioria do funcionalismo, não é diferente. A exceção fica
por conta das carreiras de Estado, cujos penduricalhos excedem ao valor do
salário nominal.
As
alterações previstas na previdência do servidor público de São Paulo, são
extremamente supressivas de direito.
Nesta
breve análise, passaremos a discorrer em seguida a cada artigo, as alterações
danosas ao servidor.
Não temos
a pretensão de alçar bandeira ou titular verdades, pois que os comentários que
se seguem, tem por finalidade suscitar discussão para o aperfeiçoamento da proposta.
Artigo 1º - Os dispositivos
adiante indicados da Constituição do Estado de São Paulo passam a vigorar com
as seguintes alterações:
I - Os §§ 9º e 10 do artigo
115:
O
inciso I acrescentou os §§ 9º e 10 ao Artigo 115 da C.E.
“Artigo 115...........................................................
............................................................................
§ 9º - O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado
para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo
de origem. (NR)
O novel dispositivo elevou a categoria
constitucional a readaptação do servidor público em função diversa de seu
concurso, a fim de limitar a possibilidade de afastamentos ou aposentadorias,
em face de limitação da capacidade laboral, enquanto permanecer nessa condição,
observada a mesma remuneração do cargo de origem. Impõe, portanto, condição
temporal, que deverá ser verificada periodicamente.
§ 10 - A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do regime geral de
previdência social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido
tempo de contribuição.” (NR)
Na exposição de motivos, se alega que a medida tem por
objetivo adequar dispositivo estadual ao texto da PEC federal nº 06/2019 que
delegou aos demais entes federativos a regulamentação da matéria para os
respectivos servidores públicos. Prevê que, a
aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de
cargo, emprego ou função pública, inclusive do regime geral de previdência
social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de
contribuição. O “inocente” dispositivo, ao romper o vínculo com o sistema a que
estava sujeito o servidor e que foi computado na aposentadoria, veda qualquer
pretensão futura a direito ou vantagem que poderia advir do sistema a que
esteve vinculado, além de sujeitar o servidor aposentado a qualquer modificação
que eventualmente possa alterar direitos, como forma de cálculo de proventos por
exemplo. Não esqueçamos que o governo de São Paulo é useiro e vezeiro em obstar
o gozo de direitos de seus funcionários, que invariavelmente têm que procurar socorro
no judiciário, com sujeição aos infindáveis recursos da PGE, que recorrem até a
última instância possível, com vários anos para se obter o sentença definitiva e, na hipótese
favorável, pelo menos uma dezena de anos para receber o que é de direito, na
fila interminável dos Precatórios.
II - O § 5º do artigo 124:
“§ 5º - É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à
remuneração do cargo efetivo.” (NR)
O dispositivo fulmina o direito às incorporações das gratificações devidas
aos funcionários que exercem funções de chefia ou nível superior à sua função
por vários anos. Em todos os níveis do serviço público, se tornou comum esse
tipo de desvio, devido o déficit de funcionários.
III - O artigo 126:
“Artigo 126 - O regime próprio de previdência social dos servidores
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição
do Estado de São Paulo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (NR)
A nova redação do artigo 126, excluiu autarquias e fundações, pelo que se
pressupõe deverá ocorrer mudança, provavelmente através de lei complementar, no
regime de seus servidores.
Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos
efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo. (NR)
§1º - Os servidores abrangidos pelo regime de
previdência de que trata este artigo serão aposentados: (NR)
1 - por incapacidade
permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de
avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma da lei; (NR)
Anteriormente, a invalidez permanente possibilitava a aposentadoria. A
partir da promulgação, a aposentadoria somente ocorrerá, quando impossível a
readaptação. Ainda assim, o aposentado por incapacidade
deverá se sujeitar a avaliações periódicas, que salvo engano, somente terá
efeito definitivo, até que tenha preenchido requisitos definitivos, como por
exemplo idade compulsória.
1 - por
invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia
profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (NR)
2 - Compulsoriamente,
nos termos do artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição Federal; (NR)
O item II referido estabelece a aposentadoria, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos
75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Na prática,
engessa a ascensão dos servidores de carreira, pois aumenta em cinco anos o
dispositivo anterior, como se vê abaixo.
2 - compulsoriamente,
aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (NR)
3 - voluntariamente,
aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos
de idade, se homem, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos
estabelecidos em lei complementar. (NR)
Anteriormente, como se vê abaixo, a aposentadoria voluntária do servidor
tinha critérios constitucionais. Na nova redação do item 3, se estabeleceu
critério objetivo de idade, mas os demais critérios serão disciplinados em Lei
Complementar, que favorece o governo, pois o rito de aprovação é mais fácil. Dessa
alteração não advirá nenhum benefício ao servidor.
3 - voluntariamente,
desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
observadas as seguintes condições: (NR)
a) sessenta
anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco
anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (NR)
b) sessenta e
cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (NR)
§ 2º - Os
proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se
refere o § 2º do artigo 201 da Constituição Federal ou superiores ao limite
máximo estabelecido para o regime geral de previdência social, quanto aos
servidores abrangidos pelos §§ 14, 15 e 16. (NR)
A nova redação do § 2º, chove no molhado ao dizer que os proventos de
aposentadoria não poderão ser inferiores ao salário mínimo, e, sepulta de vez a
possibilidade de aposentadorias superior ao teto da previdência, que se diga de
passagem deveria ser o valor do mínimo, para satisfação do Inciso IV do Artigo
7º da C.F.
Dessa forma se nivela por baixo, trabalhador da inciativa privada e o servidor
público, desprezando-se que este último, além de não ter os benefícios garantidos
ao trabalhador comum, como horas extras, FGTS, etc., ainda terá que suportar
uma alíquota maior de desconto. A longo prazo, com a melhora da economia, haverá
o inexorável esvaziamento do serviço público, com grave prejuízo à população.
Não bastasse esse absurdo, se desvinculou as pensões, que ficarão ao
alvedrio do governo. O dispositivo anterior, como se vê abaixo, era mais justo.
§2º - Os proventos
de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (NR)
A verdade é que todas essas alterações visam a obrigar os futuros trabalhadores,
tanta da iniciativa privada, como do setor público, a buscar a previdência
privada, a fim de garantir uma aposentadoria melhor. Nos EUA e em alguns países
de Europa é assim que funciona. Mas cabe observar que em países com economia
pujante, os salários são comparativamente mais elevados, com maior poder de
compra, e, por conseguinte, os trabalhadores tem condições de suportar o
pagamento de previdências complementares. Não podemos ainda olvidar, que no
Brasil, particularmente, em face de gestões temerárias ou corrupção, milhares
de trabalhadores que custearam planos de previdência complementar ou fundos de
pensão, foram lesados sem ter a quem lhes socorresse. Vide escândalos dos Fundos
de Pensão da Petrobras, Correios, etc.
§ 3º - As
regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas por lei.
(NR)
O calculo das futuras aposentadorias ficará ao talante do governo,
através de lei ordinária. Excluiu-se da base de cálculo as contribuições
efetuadas ao longo da carreira, e os critérios, ainda que nominais, a que
deveria prover os proventos do servidor aposentado, estabelecidos no Artigo 201
da C.F., conforme previa a redação anterior. Mais uma pá de cal no serviço
público.
§3º - Para o
cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas
as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o artigo 201 da Constituição
Federal, na forma da lei. (NR)
§ 4º - É
vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de
benefícios no regime próprio previsto no “caput”, ressalvados, nos termos
definidos em lei complementar, os casos de aposentadoria de servidores: (NR)
A novel redação veda a concessão de requisitos ou critérios na concessão
de benefícios para o servidor, exceto em relação de aposentadoria, através de
Lei Complementar. A troca do termo aposentadoria, por benefícios, salvo engano,
amplia o rol de vedação para concessão de quaisquer melhorias salariais ao
servidor. As concessões em lei complementar serão para determinadas carreiras
em condições a serem especificadas.
§4º - É vedada a
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados,
nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (NR)
1 - com
deficiência; (NR)
Não bastará ser portador de deficiência, para a concessão de benefício. A
deficiência passível de aposentadoria deverá ter previsão legal em lei complementar.
1 - portadores
de deficiência; (NR)
2 - integrantes
das carreiras de Policial Civil, Agente de Segurança Penitenciária e Agente de
Escolta e Vigilância Penitenciária; (NR)
Restringe o conceito de atividades de risco, para efeito de aposentadoria
especial, somente para as forças de segurança discriminadas, cujas condições serão
estabelecidas em lei complementar, excetuados os policiais militares, diferentemente
do que era estabelecido anteriormente.
2 - que exerçam
atividades de risco; (NR)
3 - que
exerçam atividades com efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou a associação destes agentes, não se
permitindo a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (NR)
O item 3 elenca e estabelece critérios para conceituação de atividades de
risco à saúde no serviço público, para obtenção da aposentadoria especial.
3 - cujas
atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física. (NR)
§ 5º - Os
ocupantes do cargo de professor terão a idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos
em relação àquelas previstas no item 3 do § 1º, desde que comprovem tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil, no ensino
fundamental ou médio, nos termos fixados em lei complementar. (NR)
Reduz em cinco anos o tempo exigido para aposentadoria voluntária do
professor, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, observados o tempo de
contribuição e os demais requisitos, estabelecidos em lei complementar. O
dispositivo anterior não estabelecia outros requisitos.
§5º - Os
requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos,
em relação ao disposto no § 1º, 3, “a”, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio. (NR)
................................................................................
§ 6º-A - Ressalvadas
as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição
Federal, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime
próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no regime geral
de previdência social. (NR)
A lei nº 8.213/1991, que dispõe sobre o regime geral da previdência, possui
uma série de vedações, como por exemplo do artigo 124, que proíbe a percepção
de aposentadoria acumulada de benefícios, como pensão, auxílio doença, etc.
Portanto, praticamente não haverá possibilidade de acumulo de aposentadoria com
outros benefícios. Na prática, ainda que o servidor tenha contribuído com outros
sistemas, como aqueles que se aposentaram por atividade na iniciativa privada,
por ocasião da aposentação no serviço público, não poderá usufruir das aposentadorias
simultaneamente. Provavelmente será regulado em lei complementar a opção pela
de maior valor, redução de uma delas, ou qualquer outra opção, que com certeza
implicará em prejuízo do trabalhador em favor do sistema contributivo solidário
(leia-se o Estado).
Esse leque ampliado de vedações não existia na redação anterior, como se
vê abaixo.
§6º-A - Ressalvadas
as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
regime de previdência previsto neste artigo. (NR)
§ 7º - A pensão
por morte dos servidores de que trata o item 2 do § 4º, quando decorrente de
agressão sofrida no exercício ou em razão da função, será concedida de forma
diferenciada, nos termos da lei. (NR)
Novamente se retira direito do servidor, ou pior das viúvas, que deixarão
de ter a segurança de uma pensão, com valores próximos ao que recebia o
servidor em vida. Os salários do funcionalismo, excetuado àqueles de carreiras
de Estado, há muito tempo têm sofrido defasagem ano a ano. As perdas não serão
repostas e, quando ocorrer o passamento do servidor, a família ficará relegada
a viver com valores extremamente reduzidos, quem sabe próximos ao mínimo.
A redação anterior, como se vê abaixo, acarretava uma perda aproximada de
0 a 15%, dependendo do salário do servidor e do teto da previdência à época do
evento morte.
A partir da promulgação dessa emenda, a pensão por morte deixará de ter parâmetro
constitucional, e os valores ficarão ao talante da vontade do governo, que via
de regra, propala que o servidor deve trabalhar para satisfação do bem comum,
independentemente de salário.
Há de se observar, que os parâmetros dos valores de pensão por morte do
servidor, serão estabelecidos por lei de iniciativa do Executivo, com rito e quórum
inferior a uma emenda constitucional, portanto, facilmente mutável, conforme a
conveniência do ente executivo. Está ruim e vai piorar.
§7º - Lei disporá
sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (NR)
1 - ao
valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o artigo 201 da Constituição Federal, acrescido de setenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (NR)
2 - ao valor da
totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o
falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal,
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em
atividade na data do óbito. (NR)
................................................................................
§ 9º - O
tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado
para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do artigo 201
da Constituição Federal, e o tempo de serviço correspondente será contado para
fins de disponibilidade. (NR)
Além da contagem do serviço público prestado nas esferas federal, estadual
e municipal para fins de aposentadoria, a alteração na redação do § 9º, inseriu
o aproveitamento recíproco na contagem de tempo de serviço para todo servidor
público, tanto em relação ao serviço militar, para a aposentadoria do servidor,
como no caso contrário, na inativação militar, com o aproveitamento do tempo no
serviço público. A redação anterior previa somente a reciprocidade entre as
três esferas do executivo.
§ 9º - O
tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito
de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de
disponibilidade. (NR)
...............................................................................
§ 12 - Além
do disposto neste artigo, serão observados, no regime próprio de previdência
social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social. (NR)
A novel redação ampliou a incidência, no que couber, dos requisitos fixados
no regime geral da previdência social, para todo o servidor público. A norma
anterior vinculava apenas os servidores de cargo efetivo.
§12 - Além
do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos
titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
fixados para o regime geral de previdência social. (NR)
§ 13 - Aplica-se
ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive aos detentores
de mandato eletivo, ou de emprego público, o regime geral de previdência
social. (NR)
A redação amplia a incidência do regime geral da previdência para todo o
agente público, cuja atuação independe de vínculo com uma entidade pública,
como se exige para se caracterizar o servidor público.
§ 13 - Ao
servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público,
aplica-se o regime geral de previdência social. (NR)
.........................................................................
§ 15 - O
regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de
benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no
artigo 202 da Constituição Federal e será efetivado por intermédio de entidade
fechada de previdência complementar. (NR)
A redação do § 15, que já previa a instituição facultativa pelos estados
de sua previdência complementar, foi alterada para permitir a participação no
seu regime de aposentadoria, de entidades de previdência complementar, tanto
pública, como privada, sem a exigência do cumprimento dos requisitos previstos
nos §§ do Artigo 202 da CF, uma vez que estes foram suprimidos, com a
observação apenas do caput do referido artigo.
Resta saber quem bancará a aposentadoria do servidor, em caso de eventual
administração temerária ou mesmo falência de alguma dessas entidades.
Os fundos de pensões, vítimas de corrupção nos escândalos da Petrobrás,
Correios, etc., estão aí para servir de exemplo do que pode ocorrer.
§14 - O Estado,
desde que institua regime de previdência complementar para os seus respectivos
servidores titulares de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal. (NR)
§15 - O regime de
previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no artigo 202 e
seus parágrafos, da Constituição Federal, no que couber, por intermédio de
entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
modalidade de contribuição definida. (NR)
.........................................................................
§ 19 - Observados
os critérios a serem estabelecidos em lei, o servidor titular de cargo efetivo
que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte
por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono
de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição
previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (NR) (grifo nosso)
A redação do § 19 foi alterada com a inserção do verbo “poderá”. A sutil
alteração retira do executivo a obrigatoriedade do pagamento do abono
permanência, que será disciplinado por lei. Novamente se penaliza o servidor,
que por alguma razão não tem vantagem na aposentadoria.
§19 - O
servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, 3, “a”, e que opte por
permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor
da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, 2. (NR)
§ 20 - Fica
vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos e de mais de um órgão ou entidade
gestora deste regime, abrangidos todos os poderes, os órgãos e as entidades
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento,
observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos em lei
complementar federal. (NR)
O § 20 manteve a proibição da existência de mais de um regime próprio
para os servidores, com ampliação de sua incidência para todos os poderes, órgãos
e entidades, além de estabelecer que os critérios e parâmetros para sua criação
e funcionamento, serão os disciplinados por lei complementar federal.
§20 - Fica
vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no artigo 142, §
3º, X, da Constituição Federal. (NR)
§ 21 - O rol de benefícios do regime próprio de previdência social fica
limitado às aposentadorias e à pensão por morte.” (NR)
A novel redação limitou o rol de benefícios do regime previdenciário do
setor público, com a previsão de aposentadoria para o servidor e, a pensão por
morte (reduzida ao máximo), para seus familiares.
A redação anterior reduzia a contribuição sobre os proventos, para os
portadores de doença incapacitante.
Novamente o Estado se apropria de direitos a um benefício digno, não
somente das viúvas, mas também dos doentes.
§ 21 - A
contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o artigo 201 da Constituição Federal, quando o beneficiário, na forma da
lei, for portador de doença incapacitante. (NR)
§18 - Incidirá
contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para
os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201
da Constituição Federal, com percentual igual ao estabelecido para os
servidores titulares de cargos efetivos. (NR)
IV – o artigo 129:
“Artigo 129 - ........................................................
Parágrafo único - O disposto no “caput” não se aplica aos servidores
remunerados por subsídio, na forma da lei.” (NR)
A inserção do parágrafo único, fulmina o direito a percepção de adicionais
e vantagens de ordem pessoal, aos servidores, de todos os poderes, remunerados
por subsídio.
Artigo 129 - Ao servidor
público estadual é assegurado o percebimento do adicional por tempo de serviço,
concedido no mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação, bem como a
sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo
exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado
o disposto no artigo 115, XVI, desta Constituição.
Artigo
2º - Ficam revogados
os dispositivos adiante indicados da Constituição do Estado de São Paulo: (grifo nosso)
O artigo 2º da presente emenda, revoga ou altera substancialmente
diversos dispositivos, que dispõem sobre direitos do servidor público.
I
- o § 22 do
artigo 126;
O inciso I do artigo 2º, suprime o
direito do servidor de aguardar em casa a publicação de sua aposentadoria, após
o decurso de 90 (noventa) dias do protocolo do pedido de aposentadoria, devidamente
instruído com a documentação necessária.
As aposentadorias requeridas, via
de regra, demoram meses para suas publicações, não raramente, até um ano.
A partir da promulgação dessa
emenda, o Estado disporá graciosamente do serviço de servidores, que já obtiveram
o direito de se aposentar, sabe-se lá por quanto tempo. Quem pode garantir que
as publicações das aposentadorias não serão postergadas, a fim de garantir a
continuidade do serviço, com defasagem de servidores, cuja culpa decorre da
inércia do próprio Estado.
§ 22 - O
servidor, após noventa dias decorridos da apresentação do pedido de
aposentadoria voluntária, instruído com prova de ter cumprido os requisitos
necessários à obtenção do direito, poderá cessar o exercício da função pública,
independentemente de qualquer formalidade. (NR)
II
- o artigo 133,
assegurada a concessão das incorporações que, na data da promulgação da Emenda
Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019, tenham cumprido os requisitos
temporais e normativos previstos na legislação então vigente.
A revogação do artigo 133, impede
a incorporação nos vencimentos do servidor, de gratificações devidas pelo
exercício de cargos de chefia ou funções elevadas, diversa de sua carreira. Excetuados
aqueles que já tinham cumprido os requisitos para aquisição do direito,
anteriormente a promulgação da reforma da previdência federal.
Novamente o Estado se vale do
servidor para exercer funções de chefia, diversamente de seu concurso, ou acima
de seu nível funcional, sem a devida retribuição.
Cabe observar que a aplicação do
artigo 133 ocorria em face desse desvio de função contínuo, com incorporação,
na maioria das vezes, depois de decorridos, em alguns casos, após dez anos.
Artigo 133 - O servidor, com mais
de cinco anos de efetivo exercício, que tenha exercido ou venha a
exercer cargo ou função que lhe proporcione remuneração superior à do
cargo de que seja titular, ou função para a qual foi admitido, incorporará um
décimo dessa diferença, por ano, até o limite de dez décimos.
- A expressão “a qualquer
título”, que integrava o dispositivo, foi declarada inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso
Extraordinário nº 219934/1997, julgado em 13/10/2004, e teve a sua
execução suspensa pela Resolução
nº 51/2005, de 13/07/2005, do Senado Federal.
Artigo
3º - Aplicam-se
às aposentadorias dos servidores públicos titulares de cargo efetivo, e às
pensões por morte por eles legadas, as normas constitucionais e
infraconstitucionais, anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, enquanto não promovidas as alterações pertinentes na legislação. (grifo nosso)
A redação do Artigo 3º, garante
parcialmente o direito adquirido, nos termos das normas constitucionais ou
infraconstitucionais, enquanto não forem promovidas as alterações pertinentes
na legislação. A partir daí aplicar-se-á às aposentadorias e as pensões por morte
as alterações posteriores.
Nos parece que o referido artigo padece
de inconstitucionalidade, S.M.J., por afronta ao suprimir a totalidade do
direito adquirido, uma vez que a
partir da entrada em vigor dos dispositivos desta emenda, as condições para
aposentadoria sofrerão as alterações decorrentes da E.C..
Alias esse dispositivo reproduz o
§ 9º do Artigo 4º da Emenda Constitucional Federal nº 103/19.
No entanto, não se pode esquecer que
o servidor, costumeiramente tem que buscar socorro nos tribunais para usufruir
direitos garantidos em lei, que são postergados até a última instância possível,
com as dezenas de recursos impetrados pela PGE. Talvez por isso, o Estado seja
o maior demandado no Tribunal paulista.
O artigo 4º disciplina a
aposentadoria para os servidores, de forma geral, que ingressaram na vigência
do regime anterior a promulgação da reforma da previdência federal, com a
conjugação de idade, tempo de contribuição e tempo de exercício de serviço
público, e, o fator previdenciário 86/96.
I - 56 (cinquenta e seis) anos de
idade, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos de idade, se homem, observado o
disposto no § 1°;
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de
contribuição, se homem;
III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício
de serviço público;
IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo
em que for concedida a aposentadoria;
V - somatório da idade e do tempo de
contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos,
se mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§
2º e 3º.
Os §§ 1º e 2º seguintes estabelecem
o aumento do fator previdenciário e da idade, para obtenção do direito a aposentadoria
pelo servidor público, previsto no caput.
Em 2023, a mulher deverá conjugar
o valor mínimo do fator previdenciário exigível de 100.
Em 2028, homem deverá conjugar o
valor mínimo do fator previdenciário exigível de 105.
§ 1º - A partir de 1º de janeiro de
2022, a idade mínima a que se refere o inciso I do “caput” será elevada para 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se homem.
§ 2º - A partir de 1º de janeiro de
2020, a pontuação a que se refere o inciso V do “caput” será acrescida a cada
ano de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105
(cento e cinco) pontos, se homem. (grifo nosso)
§ 3º - A idade e o tempo de contribuição
serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se refere o
inciso V do “caput” e o § 2º.
Esse § 3º estabelece a forma de cálculo
em dias, em relação aos fatores idade e tempo, a fim de possibilitar o cálculo exato
da pontuação exigida para o fator previdenciário. Caso contrário, ter-se-ia que
arredondar para mais ou para menos, a soma da idade e tempo de contribuição exigível
para se atingir determinado índice do referido fator previdenciário.
§ 4º - Para o titular do cargo
de professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou médio,
os requisitos de idade e de tempo de contribuição a que se referem os incisos I
e II do “caput” serão:
1 - 51 (cinquenta e um) anos de
idade, se mulher, e 56 (cinquenta e seis) anos de idade, se homem;
2 - 25 (vinte e cinco) anos de
contribuição, se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem;
3 - 52 (cinquenta e dois) anos de
idade, se mulher, e 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se homem, a partir de
1º de janeiro de 2022.
§ 5º - O somatório da idade e do tempo de
contribuição de que trata o inciso V do “caput”, para o servidor a que se
refere o § 4º, incluídas as frações, será equivalente a:
1 - 81 (oitenta e um) pontos, se
mulher, e 91 (noventa e um), se homem;
2 - a partir de 1º de janeiro de
2020, será aplicado o acréscimo de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 92
(noventa e dois) pontos, se mulher, e de 100 (cem) pontos, se homem.
Os §§ 4º e 5º, acima, disciplinam
os requisitos exigíveis para a aposentadoria do professor que ingressou no serviço público, no regime
anterior a publicação da EC federal.
§ 6º - Os proventos das aposentadorias concedidas
nos termos do disposto neste artigo corresponderão:
O § 6º disciplina a forma de
remuneração das aposentadorias, concedidas para àqueles que ingressaram no
serviço público, nos termos do artigo 4º, que corresponderão:
1 - à totalidade da remuneração do servidor público no cargo efetivo
em que for concedida a aposentadoria, observado o disposto no § 8º, para o
servidor público que tenha ingressado no serviço público, com vinculação ao
Regime Próprio de Previdência Social, até 31 de dezembro de 2003, desde que cumpridos
5 (cinco) anos no nível ou classe
em que for concedida a aposentadoria e se aposente aos: (grifo nosso)
a) 62 (sessenta e dois) anos de
idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem;
b) 57 (cinquenta e sete) anos de
idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem, para os titulares do
cargo de professor de que trata o § 4º.
O item 1 prevê a integralidade
parcial, termo inventado pelos técnicos a serviço do Estado. Evidente que o que
é integral não pode ser parcial, mas em se tratando de normas previdenciárias,
o absurdo se torna natural. Além de estabelecer a integralidade, na forma de
média aritmética, conforme o disposto no § 8º, nivela a obtenção do direito a
essa integralidade parcial, desde cumpridos cinco anos no nível ou classe. Mais uma forma de diminuir a aposentadoria
do servidor, recém promovido, a menos que postergue o pedido de aposentadoria
até completar os cinco anos na classe ou nível.
2 - a 60% (sessenta por cento) da
média aritmética simples das remunerações adotadas como base para as
contribuições aos regimes de previdência a que o servidor esteve vinculado,
atualizadas monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
contributivo, desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da
contribuição, se posterior àquela competência, com acréscimo de 2% (dois por
cento) para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de
contribuição, para o servidor não contemplado no item 1.
O item 2 limita a aposentadoria a
60% da média aritmética simples, com acréscimo de 2% para cada ano que exceder
os 20 anos de serviço público. Conjuga a média aritmética simples dos salários,
desde julho de 1994, portanto, em torno de trezentas parcelas, com o acréscimo dos
anos que excederem aos vinte anos obrigatórios de serviço público,
multiplicados por 2%. Essa formulação parece confusa, mas o objetivo é diminuir
drasticamente o valor da aposentadoria do servidor, que seja enquadrado nesse
item.
Para se ter uma ideia prática de
forma aproximada, levemos em consideração o seguinte exemplo:
- um servidor com 30 anos de
idade, que tenha ingressado no serviço público em janeiro de 2004, com 10 anos
de contribuição no regime geral da previdência.
Esse servidor somente poderá se
aposentar a partir de 2038, com 64 anos de idade + 42 anos de contribuição, em
face do fator previdenciário exigível de valor igual a 105, nos termos do Artigo 4º. Em
razão de não utilizarmos as pontuações deduzidas em dias, para a soma exata dos
fatores, o nosso exemplo terá como fator previdenciário a pontuação igual a 106.
Nessa situação, este servidor contará com 34 anos de efetivo serviço público,
portanto com 14 anos, além do mínimo de 20 anos exigíveis (item 2, final).
A média aritmética simples para cálculo
dessa aposentadoria, levará em conta as remunerações desde o início de sua
contribuição para os sistemas previdenciários a que esteve vinculado, no caso
esse servidor ingressou no mercado de trabalho em 1996, uma vez que quando
iniciou no serviço público em 2004, já possuía dez anos de contribuição no
regime geral da previdência. Isso comporta mais ou menos 504 salários mensais
para o cálculo. Ainda que cada salário seja atualizado pela inflação do
período, evidente que a perda será considerável, uma vez que no início da
carreira, os salários são menores e vão aumentando com o passar do tempo, em
face da mudança ou evolução funcional. No caso do serviço público ainda há de
se computar, pelo menos por enquanto, os adicionais de tempo de serviço e sexta
parte. Portanto, esse média simples de um montante de 504 salários, deve resultar
um salário médio com perda de pelo menos 40%.
Evidente que seria necessário se calcular
efetivamente, com a soma mês a mês de cada salário, com atualização dos índices
inflacionários, para posteriormente se dividir pelo número de parcelas mensais
(504), para se obter dados concretos.
Mas a título de curiosidade, basta
o leitor verificar seu primeiro salário e, após aplicar os índices inflacionários
“oficiais”, comparando em seguida com seu salário atual. A discrepância é
enorme, imagine a média simples.
Mas não se entristeça ainda, o
pior está por vir na formulação do cálculo final.
Desse salário médio obtido, será
aproveitado apenas 60%, a partir desse valor, somar-se-á o percentual de 2% a
mais para cada ano trabalhado, além dos vintes anos de serviço público obrigatórios
para a aposentadoria, no caso do nosso exemplo acima, o servidor tem 34 anos de
efetivo serviço público, portanto, excederam 14 anos. Assim somar-se-á aos 60%
o percentual de 28% (14 x 2%), com resultado final de 88%.
À primeira vista, poderá se ter a
ideia de que a perda salarial na aposentadoria foi de apenas 12%, mas não se
esqueça que esse percentual é sobre aquela média aritmética, calculada sobre
todo o período de contribuição.
§ 7º - Para o cálculo da média a que
alude o item 2 do § 6º, as remunerações consideradas no cálculo do valor
inicial dos proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com
a variação integral do índice fixado para a atualização dos
salários-de-contribuição considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
O § 7º estabelece a atualização
das remunerações para fins do cálculo da média aritmética, mas não haverá a
devida recomposição, primeiro porque os índices oficiais não refletem efetivamente
a inflação que corroeu o poder de compra do salário, e, ademais, como dissemos
anteriormente, os salários de início de carreira são consideravelmente menores
do que os percebidos no final de carreira.
§ 8º - A média a que se refere o item 2
do § 6º será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime
Geral de Previdência Social, para o servidor que ingressou no serviço público,
em cargo efetivo, após a implantação do regime de previdência complementar.
A perda será pior para o
funcionário que ingressou no serviço público de São Paulo, após a implantação
do regime de previdência complementar, pois a média aritmética simples,
calculada sobre todo o período de contribuição, terá como valor máximo o teto
da previdência do regime geral. Não há nada de ruim para a vida do servidor,
que não possa piorar na aposentadoria, na forma prevista nessa emenda constitucional.
No dia 1º de junho de 2007 foi
promulgada a Lei Complementar nº 1.010 que criou a São Paulo Previdência -
SPPREV como unidade gestora única do Regime Próprio de Previdência dos
Servidores Públicos (RPPS) e do Regime Próprio de Previdência Militar (RPPM).
§ 9º - Poderão ser excluídas da média
definida no item 2 do § 6º as contribuições que resultem em redução do valor do
benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a
utilização do tempo excluído para qualquer finalidade previdenciária.
Poderão ser excluídas da media prevista
no item 2, as contribuições que resultem redução do valor, quer seja em virtude
de redução salarial em virtude de afastamento ou qualquer outro motivo, mas em
contrapartida não se poderá requerer qualquer direito previdenciário relativo
ao período excluído. Imagine a exclusão de um período de alguns meses, em razão
de afastamento para tratamento de doença, onde lhe foi reduzido os vencimentos.
Excluído esse período do cálculo da média, o servidor não poderá requerer
indenização ou reparação por lesão a direito previdenciário. Esse artigo, S.M.J.,
padece de inconstitucionalidade, pois há direitos indisponíveis.
§ 10 - Os proventos das aposentadorias
concedidas nos termos do disposto neste artigo não serão inferiores ao valor a
que se refere o § 2º do artigo 201 da Constituição Federal e serão reajustados:
Evidente que nenhum provento de
aposentadoria pode ser menor do que o salário mínimo, conforme determina a CF.
1 - na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo
também estendidos aos aposentados quaisquer benefícios ou vantagens
posteriormente concedidos aos servidores em atividade, excetuados aqueles vinculados a indicadores de desempenho,
produtividade ou similar “e” incluídos os decorrentes da
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a
aposentadoria, na forma da lei, se
concedidas nos termos do disposto no item 1 do § 6º; (grifo nosso)
Esse item trata da forma de reajuste dos proventos da aposentadoria, e,
estabelece uma paridade relativa em relação a alteração salarial dos servidores
na ativa, decorrente de transformação ou reclassificação, quando a
aposentadoria for concedida na forma do item 1 do § 6º.
O grande perigo reside na redação posterior a votação final no plenário.
Basta a supressão da conjunção “e”, grafada antes da flexão verbal incluído,
para que a norma tenha o sentido inverso, com a supressão desse direito.
2 - na mesma data utilizada para fins
de reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, com base no
Índice de Preços ao Consumidor - IPC, apurado pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas – FIPE, se
concedidas na forma prevista no item 2 do § 6º. (grifo nosso)
Salvo engano, o IPC é geralmente menor
do que o IPCA e inferior ao índice oficial da inflação.
§ 11 - Considera-se remuneração do
servidor público no cargo efetivo, para fins de cálculo dos proventos de
aposentadoria que tenham fundamento no disposto no item 1 do § 6º, o valor
constituído pelo subsídio, pelo vencimento e pelas vantagens pecuniárias
permanentes do cargo, estabelecidos em lei, acrescidos dos adicionais de
caráter individual e das vantagens pessoais permanentes, observados os demais
critérios legais.
O parágrafo acima define o
conceito de remuneração do servidor de cargo efetivo para cálculo de aposentadoria
concedida nos termos do item 1 do § 6º.
§ 12 - Os proventos das aposentadorias
concedidas nos termos do item 1 do § 6º não
poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
for concedida a aposentadoria. (grifo nosso)
O § 12 veda a concessão de
aposentadorias com valores que excedam o valor do cargo correspondente de
servidor ativo. Ironicamente, as aposentadorias pagas para os militares estaduais,
via de regra excedem o soldo correspondente daqueles que estão na ativa, em
face da concessão de promoções e adicionais no ato da passagem para a
inatividade. Nesse particular, cabe realçar que a base de inativos dos
militares estaduais é uma das maiores do funcionalismo, além da passagem para a
inatividade ocorrer em torno de 48 ou 50 anos. Distorção que a reforma previdenciária
do Estado não corrigirá.
Artigo
5º - Ressalvado o direito de opção à aposentadoria
pelas normas estabelecidas pelo artigo 4º, o servidor que tenha ingressado no
serviço público, com vinculação ao Regime Próprio de Previdência Social, até a
data de entrada em vigor da lei a que alude o artigo 3º, poderá aposentar-se
voluntariamente, ainda, quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
Esse artigo estabelece critérios
objetivos para a aposentação de servidores, que ingressaram no serviço público,
em data anterior a promulgação da E.C. 103/19, que reformulou a previdência
federal, com redução de cinco anos do tempo exigido, para o servidor professor.
I - 57 (cinquenta e sete) anos de
idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem;
II - 30 (trinta) anos de contribuição,
se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem;
III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público;
IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;
V – período adicional de contribuição
correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor da lei complementar a
que alude o artigo 3º, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição
referido no inciso II.
§ 1º - Para o professor que comprovar
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil, no ensino fundamental ou médio, serão reduzidos, para ambos os sexos,
os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cinco) anos. (grifo nosso)
§ 2º - Os proventos das aposentadorias
concedidas nos termos do disposto neste artigo corresponderão:
O § 2º disciplina a forma de cálculo
das aposentadorias concedidas na forma do artigo 5º, dos servidores que não
optarem pelas regras do Artigo 4º, nas condições que se seguem.
1 - à totalidade da remuneração do
servidor público no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria,
observado o disposto no § 11 do artigo 4º, para o servidor público que tenha
ingressado no serviço público, com vinculação ao Regime Próprio de Previdência
Social, até 31 de dezembro de 2003, desde que cumpridos 5 (cinco) anos no nível ou classe em que for
concedida a aposentadoria. (grifo nosso)
O item 1 concede a integralidade
para o servidor que tenha ingressado até 31/12/2003 e, que tenha ao tempo do
pedido, 5 (cinco) anos no nível ou classe. Os técnicos a serviço do governo
insistem em igualar o conceito de classe ou nível com o tempo exigido de cinco
anos no cargo, que era previsto no Artigo 3º, Inciso II da E.C. 47/2005 e
atualmente no Artigo 4º Inciso IV da E.C. 103/19.
2 - a 100% (cem por cento) da média
aritmética simples das remunerações adotadas como base para as
contribuições aos regimes de previdência a que o servidor esteve vinculado,
atualizadas monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do
período contributivo, desde a competência julho de 1994 ou desde a do
início da contribuição, se posterior àquela competência, para o servidor não
contemplado no item 1 deste parágrafo.
(grifo nosso)
A média aritmética simples para cálculo
dessa aposentadoria, levará em conta as remunerações desde o início de sua
contribuição para os sistemas previdenciários a que esteve vinculado. Ainda que
cada salário seja atualizado pela inflação do período, evidente que a perda
será considerável, uma vez que no início da carreira, os salários são menores e
vão aumentando com o passar do tempo, em face da mudança ou evolução funcional.
No caso do serviço público ainda há de se computar, pelo menos por enquanto, os
adicionais de tempo de serviço e sexta parte.
§ 3º - Para o cálculo da média a que
alude o item 2 do § 2º, as remunerações consideradas no cálculo do valor
inicial dos proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com
a variação integral do índice fixado para a atualização dos
salários-de-contribuição considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
O § 3º estabelece a atualização
das remunerações para fins do cálculo da média aritmética, mas não haverá a
devida recomposição, primeiro porque os índices oficiais não refletem efetivamente
a inflação que corroeu o poder de compra do salário, e, ademais, como dissemos
anteriormente, os salários de início de carreira são consideravelmente menores
do que os percebidos no final de carreira.
§ 4º - A média a que se refere o item 2
do § 2º será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime
Geral de Previdência Social, para o servidor que ingressou no serviço público,
em cargo efetivo, após a implantação do regime de previdência complementar. (grifo nosso)
Esse dispositivo limita o salário
do servidor aposentado nos termos do item 2 do § 2º, aos valores estabelecidos
no teto do regime geral da previdência, igualando o servidor público ao trabalhador
da iniciativa privada, mas sem as vantagens deste, como por exemplo o FGTS.
§ 5º - Poderão ser excluídas da média
definida no item 2 do § 2º as contribuições que resultem em redução do valor do
benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo
excluído para qualquer finalidade previdenciária. (grifo nosso)
Poderão ser excluídas da média prevista
no item 2 do § 2º, as contribuições que resultem redução do valor, quer seja em
virtude de redução salarial em virtude de afastamento ou qualquer outro motivo,
mas, como já dissemos anteriormente, em contrapartida não se poderá requerer
qualquer direito previdenciário relativo ao período excluído. Imagine a
exclusão de um período de alguns meses, em razão de afastamento para tratamento
de doença, onde lhe foi reduzido os vencimentos. Excluído esse período do
cálculo da média, o servidor não poderá requerer indenização ou reparação por
eventual lesão a direito previdenciário. Esse artigo, S.M.J., padece de inconstitucionalidade,
pois há direitos indisponíveis.
§ 6º - Os proventos das aposentadorias
concedidas nos termos do disposto neste artigo não serão inferiores ao valor a
que se refere o § 2º do artigo 201 da Constituição Federal e serão reajustados:
1 - na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo
também estendidos aos aposentados quaisquer benefícios ou vantagens
posteriormente concedidos aos servidores em atividade, excetuados aqueles
vinculados a indicadores de desempenho, produtividade ou similar “e”
incluídos os decorrentes da transformação ou reclassificação do
cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei, se concedidas
nos termos do disposto no item 1 do § 2º; (grifo nosso)
Reprisando, esse item estabelece
uma paridade relativa em relação a alteração salarial dos servidores na ativa, decorrente
de transformação ou reclassificação, quando a aposentadoria for concedida na
forma do item 1 do § 2º.
O grande perigo reside na redação
posterior a votação final no plenário. Basta a supressão da conjunção “e”, grafada
antes da flexão verbal incluído, para que a norma tenha o sentido inverso, com
a supressão desse direito.
2 - na mesma data utilizada para fins de
reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, com base no
Índice de Preços ao Consumidor - IPC, apurado pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas – FIPE, se concedidas na forma prevista no item 2 do §
2º. (grifo nosso)
Salvo engano, o IPC é geralmente menor
do que o IPCA e inferior ao índice oficial da inflação.
§ 7º - Os proventos das aposentadorias
concedidas nos termos do item 1 do § 2º não poderão exceder a
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria. (grifo nosso).
O § 7º veda a concessão de
aposentadorias com valores que excedam o valor do cargo correspondente de
servidor ativo.
Artigo 6º - O servidor integrante das
carreiras de Policial Civil, Agente
de Segurança Penitenciária ou Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária,
que tenha ingressado na respectiva carreira até a data de entrada em vigor da
lei a que alude o artigo 3º, poderá aposentar-se desde que observadas, cumulativamente, as seguintes
condições: (grifo nosso)
I - 55 (cinquenta e cinco) anos de
idade, para ambos os sexos;
II - 25 (vinte e cinco) anos de
contribuição, se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem;
III - 15 (quinze) anos de exercício em
cargo de natureza estritamente policial, se mulher, e 20 (vinte) anos, se
homem;
IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em
que for concedida a aposentadoria.
O caput do artigo 6º estabelece requisitos objetivos para a aposentadoria
dos integrantes das forças de segurança, exceto policiais militares, que são
uma instituição híbrida, com a conjugação de vantagens dos militares e direitos
dos servidores. Estes sempre foram privilegiados nas condições e no tempo
reduzido para a inatividade (aposentação).
§ 1º - Serão considerados tempo de
exercício em cargo de natureza estritamente policial, para os fins do inciso
III do “caput”, o tempo de atividade militar nas Forças Armadas, nas polícias
militares e nos corpos de bombeiros militares e o tempo de atividade como
Agente de Segurança Penitenciária ou Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária.
A inovação foi a contagem recíproca do tempo prestado nas forças armadas
e no serviço público.
Dessa maneira o servidor poderá averbar o tempo de serviço prestado nas
forças armadas, para fins de aposentadoria, e, o militar das forças armadas
poderá averbar o tempo de serviço público para a passagem para reserva (inatividade).
§ 2º - Os proventos das aposentadorias concedidas
nos termos do “caput” corresponderão a
60% (sessenta por cento) da média aritmética simples das remunerações
adotadas como base para as contribuições aos regimes de previdência a que o
servidor esteve vinculado, atualizadas monetariamente, correspondentes a 100% (cem
por cento) do período contributivo, desde a competência julho de 1994 ou
desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência, com
acréscimo de 2% (dois por cento) para cada
ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição. (grifo nosso)
Por incrível que pareça, o dispositivo que trata especificamente da
aposentadoria do servidor policial, é menos abrangente do que o estabelecido no
artigo 4º § 6º Inciso 1, que prevê a integralidade.
1
- à totalidade da remuneração
do servidor público no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria,
observado o disposto no § 11 do artigo 4º, para o servidor público que tenha
ingressado no serviço público, com vinculação ao Regime Próprio de Previdência
Social, até 31 de dezembro de 2003, desde que cumpridos 5 (cinco) anos no nível ou classe em que for
concedida a aposentadoria.
O § 2º limita a aposentadoria a 60% da média aritmética simples, com acréscimo
de 2% para cada ano que exceder os 20 anos de serviço público. Conjuga a média aritmética
simples dos salários, desde julho de 1994, portanto, em torno de trezentas
parcelas, com o acréscimo dos anos que excederem aos vinte anos obrigatórios de
serviço público, multiplicados por 2%. Essa formulação parece confusa, mas o
objetivo é diminuir drasticamente o valor da aposentadoria do servidor, que seja
enquadrado nesse item.
Evidente que seria necessário se calcular efetivamente, com a soma mês a mês
de cada salário, com atualização dos índices inflacionários, para
posteriormente se dividir pelo número de parcelas mensais (300), para se obter
dados concretos.
Mas a título de curiosidade, basta o leitor verificar seu primeiro
salário e, após aplicar os índices inflacionários “oficiais”, comparando em
seguida com seu salário atual. A discrepância é enorme, imagine a média simples.
Mas não se entristeça ainda, o pior está por vir na formulação do cálculo
final.
Desse salário médio obtido, será aproveitado apenas 60%, a partir desse
valor, somar-se-á o percentual de 2% a mais para cada ano trabalhado, além dos
vintes anos de serviço público obrigatórios para a aposentadoria.
§ 3º - Para o cálculo da média a que
alude o § 2º, as remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos
proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação
integral do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição
considerados no cálculo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
É cediço que os índices oficiais de inflação não recompõem a perda
salarial do período. Trata-se de atualização fictícia.
§ 4º - A média a que se refere o § 2º
será limitada ao valor
máximo do salário de contribuição do Regime Geral de Previdência Social,
para o servidor que ingressou no serviço público, em cargo efetivo, após a
implantação do regime de previdência complementar. (grifo nosso)
Esse dispositivo limita o salário do servidor aposentado nos termos do §
2º, aos valores estabelecidos no teto do regime geral da previdência, igualando
o servidor policial ao trabalhador da iniciativa privada, mas sem as vantagens
deste, como por exemplo o FGTS, Hora Extra, Adicional Noturno, etc.
§ 5º - Poderão ser excluídas da média
definida no § 2º as contribuições que resultem em redução do valor do benefício,
desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a
utilização do tempo excluído para qualquer finalidade previdenciária. (grifo nosso)
Poderão ser excluídas da média prevista no § 2º, as contribuições que
resultem redução do valor, quer seja em virtude de redução salarial em virtude
de afastamento ou qualquer outro motivo, mas, como já dissemos anteriormente,
em contrapartida não se poderá requerer qualquer direito previdenciário relativo
ao período excluído. Imagine a exclusão de um período de alguns meses, em razão
de afastamento para tratamento de doença, onde lhe foi reduzido os vencimentos.
Excluído esse período do cálculo da média, o servidor não poderá requerer
indenização ou reparação por eventual lesão a direito previdenciário. Esse
artigo, S.M.J., padece de inconstitucionalidade, pois há direitos indisponíveis
em matéria de previdência. Provavelmente haverá questionamento através de ADIn no
STF, por ferir direitos garantidos em cláusulas pétreas da CF/88.
§ 6º - Os servidores de que trata o “caput”
poderão se aposentar aos 52 (cinquenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos
53 (cinquenta e três) anos de idade, se homem, desde que cumprido período
adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada
em vigor da lei complementar a que alude o artigo 3º, faltaria para atingir o
tempo de contribuição previsto no inciso II, deste artigo.
Artigo 3º - Aplicam-se às aposentadorias dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo, e às pensões por morte por eles legadas, as normas constitucionais e
infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, enquanto não
promovidas as alterações pertinentes na legislação.
§ 7º - Os
proventos das aposentadorias concedidas nos termos do § 3º corresponderão a 100%
(cem por cento) da média aritmética
definida na forma prevista no “caput” e §§ 1º, 2º e 3º do artigo 7º. (grifo nosso).
O parágrafo acima repete a fórmula do artigo anterior. A média aritmética
simples para cálculo da aposentadoria, levará em conta as remunerações desde o
início de sua contribuição para os sistemas previdenciários a que esteve
vinculado. Ainda que cada salário seja atualizado pela inflação do período,
evidente que a perda será considerável, uma vez que no início da carreira, os
salários são menores e vão aumentando com o passar do tempo, em face da mudança
ou evolução funcional. No caso do serviço público ainda há de se computar, pelo
menos por enquanto, os adicionais de tempo de serviço e sexta parte.
§ 8º - Os proventos das aposentadorias
concedidas com fundamento neste artigo não serão inferiores ao valor a que se
refere o § 2º do artigo 201 da Constituição Federal e serão reajustados na mesma
data utilizada para fins de reajuste dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, com base no Índice de Preços ao Consumidor – IPC,
apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE. (grifo nosso).
O dispositivo estabelece que os proventos de aposentadoria concedidos nos
termos do artigo, não poderão ser inferiores ao Salário Mínimo, e, serão
reajustados com base no IPC.
Salvo engano, o IPC é menor do que o IPCA e geralmente inferior a inflação
real do período medido.
Ademais, há anos que o governo não respeita a data base para reajuste das
polícias, conforme previsto em lei.
Não acreditamos que a partir de agora será diferente.
Artigo 7º - O servidor que tenha ingressado
no serviço público, com vinculação ao Regime Próprio de Previdência Social, até
a data de entrada em vigor da lei a que alude o artigo 3º, cujas atividades
tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por
categoria profissional ou ocupação, poderá aposentar-se desde que
observados, cumulativamente, os seguintes requisitos: (grifo nosso)
I - 25 (vinte e cinco) anos de efetiva
exposição;
II - 20 (vinte) anos de efetivo
exercício de serviço público;
III - 5 (cinco) anos no cargo efetivo
em que for concedida a aposentadoria;
IV - somatório da idade e do tempo de
contribuição equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, para ambos os sexos.
Da análise da redação desse artigo, se verifica que, apesar da exposição a
agentes nocivos para a saúde, o servidor, homem ou mulher, somente poderá
requerer a aposentadoria, após completar 61 anos de idade, ou seja, um
sobrevivente.
§ 1º - A idade e o tempo de contribuição
serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se referem o
“caput” e o § 1º.
Esse dispositivo estabelece a forma de cálculo em dias, em relação aos
fatores idade e tempo, a fim de possibilitar o cálculo exato da pontuação
exigida para o fator previdenciário. Caso contrário, ter-se-ia que arredondar
para mais ou para menos, a soma da idade e tempo de contribuição exigível para
se atingir determinado índice do referido fator previdenciário.
§ 2º - Os proventos das aposentadorias
concedidas nos termos do disposto neste artigo corresponderão a 60%
(sessenta por cento) da média aritmética simples das remunerações adotadas
como base para as contribuições aos regimes
de previdência a que o servidor esteve vinculado, atualizadas
monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo,
desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição,
se posterior àquela competência, com acréscimo de 2% (dois por cento) para
cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição.
(grifo nosso)
O parágrafo acima repete a fórmula de 60% da média aritmética conjugada
com o acréscimo de 2% por cada ano que exceder os vinte anos obrigatórios no
serviço público para aposentadoria. Ainda que cada salário seja atualizado pela
inflação do período, evidente que a perda será considerável, uma vez que no
início da carreira, os salários são menores e vão aumentando com o passar do
tempo, em face da mudança ou evolução funcional. No caso do serviço público
ainda há de se computar, pelo menos por enquanto, os adicionais de tempo de
serviço e sexta parte.
§ 3º - Para o cálculo da média a que
alude o § 2º, as remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos
proventos terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral
do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados
no cálculo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (grifo nosso)
Os proventos de aposentadoria concedidos nos termos do citado dispositivo,
não poderão ser inferiores ao Salário Mínimo, e, serão reajustados com base no
IPC.
Salvo engano, o IPC é menor do que o IPCA e geralmente inferior a inflação
real do período medido.
§ 4º - A média a que se refere o §
2º será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime Geral de
Previdência Social, para o servidor que ingressou no serviço público, em cargo
efetivo, após a implantação do regime de previdência complementar. (grifo nosso)
No
dia 1º de junho de 2007 foi promulgada a Lei Complementar nº 1.010 que criou a
São Paulo Previdência - SPPREV como unidade gestora única do Regime Próprio de Previdência
dos Servidores Públicos (RPPS) e do Regime Próprio de Previdência Militar
(RPPM).
Esse dispositivo limita o salário do servidor aposentado nos termos do §
2º, aos valores estabelecidos no teto do regime geral da previdência, igualando
o servidor sobrevivente ao trabalhador da iniciativa privada, mas sem as vantagens
deste, como por exemplo o FGTS, Hora Extra, Adicional Noturno, etc.
§ 5º - Poderão ser excluídas da
média definida no § 2º as contribuições que resultem em redução do valor do
benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada
a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade previdenciária. (grifo nosso)
Conforme explanado anteriormente,
acreditamos que esse dispositivo é inconstitucional.
Poderão ser excluídas da média prevista no § 2º, as contribuições que
resultem redução do valor, quer seja em virtude de redução salarial em virtude
de afastamento ou qualquer outro motivo, mas, como já dissemos anteriormente,
em contrapartida não se poderá requerer qualquer direito previdenciário relativo
ao período excluído. Imagine a exclusão de um período de alguns meses, em razão
de afastamento para tratamento de doença, onde lhe foi reduzido os vencimentos.
Excluído esse período do cálculo da média, o servidor não poderá requerer
indenização ou reparação por eventual lesão a direito previdenciário. Esse
artigo, S.M.J., padece de inconstitucionalidade, pois há direitos indisponíveis
em matéria de previdência. Provavelmente haverá questionamento através de ADIn no
STF, por ferir direitos garantidos em cláusulas pétreas da CF/88.
§ 6º - Os proventos das aposentadorias
concedidas com fundamento neste artigo não serão inferiores ao valor a que se
refere o § 2º do artigo 201 da Constituição Federal e serão reajustados na
mesma data utilizada para fins de reajuste dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, com base no Índice de Preços ao Consumidor - IPC,
apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE. (grifo nosso)
Os proventos de aposentadoria concedidos nos termos do dispositivo acima,
não poderão ser inferiores ao Salário Mínimo, e, serão reajustados com base no
IPC.
Salvo engano, o IPC é menor do que o IPCA e geralmente inferior a inflação
real do período medido.
Artigo
8º - O disposto
no § 10 do artigo 115 da Constituição do Estado de São Paulo não se aplica a
aposentadorias concedidas pelo regime geral de previdência social até a data de
entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019.
§ 10 - A aposentadoria concedida
com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou
função pública, inclusive do regime geral de previdência social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.” (NR)
Esse dispositivo trata dos parágrafos inseridos, nos termos do artigo 1º
da presente EC.
Artigo 9º -
Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.
* O autor é bacharel em direito
pela Faculdade Católica de Direito de Santos. Ingressou na carreira policial em
1980 como Soldado da Polícia Militar de São Paulo, onde alcançou a graduação de
2º Sargento. Em 1989 prestou concurso para o cargo de Investigador de Polícia,
tendo exercido a função até aprovação no concurso de prova e títulos para
Delegado de Polícia em 1994. É autor de vários artigos relacionados à Segurança
Pública publicados em páginas de diversos sites na Internet. Contato por
e-mail: juvenalmarques2010@gmail.com .
**Nov_2019 .